Dança Moderna - Martha Graham

Martha Graham (1893 – 1991), coreógrafa, professora e bailarina, nascida na Pensilvânia, revolucionou a dança moderna com suas inovações técnicas e tornou-se conhecida como a mãe da dança moderna. Na adolescência ouviu seu pai, médico que tratava distúrbios mentais, dizer que embasava seus diagnósticos no modo como seus pacientes se moviam. Com isso, convenceu seu pai a levá-la para ver Ruth St. Denis e então jurou ser dançarina, mas teve que esperar até a morte de seu pai. Com 23 anos de idade começou a estudar dança na Denishawn School (1916), escola e companhia de Ruth St. Denis e Ted Shawn. Apesar da idade que começou a dançar, chamou a atenção de Ted Shawn, e viajou com Ruth St. Denis para Londres e quando voltou para Nova York, formou sua própria companhia, a Escola de Dança Contemporânea Martha Graham. Seus primeiros trabalhos foram para a Broadway, e em 1923, tornou-se professora na Eastman School of Music, em Rochester, dirigiu o departamento de dança da escola e estreou como bailarina independente em 1926. Saiu da Denishawn School com um trabalho próprio, opondo-se a seus mestres, retomando as idéias de seu pai sobre a movimentação.

Fundou a Martha Graham School of Contemporary Dance, em 1927, que formou quatro gerações de bailarinos e coreógrafos. Criou um estilo próprio de dança com seu nome, o método Graham, caracterizado por uma grande expressividade emocional, e com sua própria técnica encantou o mundo, em 1934 passou a utilizar músicas compostas especialmente para seus trabalhos. O Método Graham compreende uma profunda relação entre respiração e movimento e contato com o chão.

Desenvolveu cerca de 200 coreografias explorando temas como a sensibilidade feminina, a mitologia grega, questões sociais e o folclore americano. Um de seus trabalhos mais conhecidos foi Letter to the World (1943), com música de Hunter Johnson e dança baseada na vida da poeta Emily Dickson, recitando na performance trechos de poemas. Entre seus trabalhos estão: Appalachian Spring (1944), Cave of the Heart (1946), Legend of Judith (1962), Acts of Light (1981). Parou de dançar em 1970, mas ainda remontou em 1984, A Sagração da Primavera de Igor Stravinski e escreveu uma autobiografia, Bloody Memory (1991), em que detalhou seu método.

Técnica Graham

Graham utilizava o centro do corpo (core ou power house) como origem da vida, acreditava que as emoções, os sentimentos e os movimentos são primeiramente visíveis na região central do corpo. A contração é o principal fundamento da técnica Graham. Esse movimento da dança moderna foi desenvolvido por Martha Graham em suas observações de como a dor e o sofrimento se manifestam no corpo humano.

As contrações no estilo Graham sempre começam a partir da pelve e este movimento caminha por toda a espinha dorsal até o pescoço e a cabeça. O espaço entre cada vértebra aumenta à medida que as contrações se desenrolam pela espinha dorsal. A cabeça e o pescoço se mantém alinhados com a coluna vertebral e cada contração é realizada durante a expiração.

Visualmente essas contrações poderiam dar a impressão de que a pessoa está curvando-se ou dobrando-se em si mesma, entretanto, não é um movimento simples. Os movimentos que acontecem no tórax, ombros e pescoço são um resultado orgânico da contração que começa na pelve.

A contração é uma das principais características da dança moderna, e faz parte da técnica de Martha Graham ensinada nos dias de hoje. Atualmente muitos coreógrafos reinventam, adaptam e transformam a contração original da técnica de Graham.